A rosa, bela Infanta das sete saias
e cuja estirpe não lhe rouba, entanto,
o ar de menina, o recatado encanto
da mais humilde de suas aias,
a rosa, essa presença feminina,
que é toda feita de perfume e alma,
que tanto excita como tanto acalma,
a rosa... é como estar junto da gente
um corpo cuja posse se demora
- brutal que o tenhas nesta mesma hora,
em sua virgindade inexperiente...
rosa, ó fiel promessa de ventura
em flor... rosa paciente, ardente, pura!
Estela, querida, o poema de Quintana me lembrou este, renascentista, que publiquei em livro próprio:
ResponderExcluirPIERRE DE RONSARD (1524-1585)
À CASSANDRA
Vejamos, meu bem, se a tal rosa
Que de manhã abriu, formosa,
Ao sol o vestido vermelho,
Não perdeu à tarde o esplendor
As pregas de encarnada cor,
E o tom ao vosso tão parelho.
Ah! Vede como em pouco tempo,
Meu bem, veio-lhe o tombamento,
E o viço perdeu, todavia!
Como é madrasta a Natureza,
Porque tal flor perde a beleza
E não vive sequer um dia!
Assim, meu bem, eis a verdade:
Enquanto estais na flor da idade,
Nos primeiríssimos verdores,
Colhei, colhei a juventude:
Porque também a senectude
Há de ofuscar vossos fulgores.
Beijos e obrigada pela visita, à qual retribuo,
Renata
(Somos duas notívagas!)
Estela, ler Quintana é sempre um presente.
ResponderExcluirObrigada por este momento flor.
super beijo e um ótimo fim de semna