segunda-feira, 27 de julho de 2009

O motivo da rosa



A rosa, bela Infanta das sete saias
e cuja estirpe não lhe rouba, entanto,
o ar de menina, o recatado encanto
da mais humilde de suas aias,
a rosa, essa presença feminina,
que é toda feita de perfume e alma,
que tanto excita como tanto acalma,
a rosa... é como estar junto da gente
um corpo cuja posse se demora
- brutal que o tenhas nesta mesma hora,
em sua virgindade inexperiente...
rosa, ó fiel promessa de ventura
em flor... rosa paciente, ardente, pura!

2 comentários:

  1. Estela, querida, o poema de Quintana me lembrou este, renascentista, que publiquei em livro próprio:

    PIERRE DE RONSARD (1524-1585)

    À CASSANDRA

    Vejamos, meu bem, se a tal rosa
    Que de manhã abriu, formosa,
    Ao sol o vestido vermelho,
    Não perdeu à tarde o esplendor
    As pregas de encarnada cor,
    E o tom ao vosso tão parelho.

    Ah! Vede como em pouco tempo,
    Meu bem, veio-lhe o tombamento,
    E o viço perdeu, todavia!
    Como é madrasta a Natureza,
    Porque tal flor perde a beleza
    E não vive sequer um dia!

    Assim, meu bem, eis a verdade:
    Enquanto estais na flor da idade,
    Nos primeiríssimos verdores,
    Colhei, colhei a juventude:
    Porque também a senectude
    Há de ofuscar vossos fulgores.

    Beijos e obrigada pela visita, à qual retribuo,
    Renata
    (Somos duas notívagas!)

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  2. Estela, ler Quintana é sempre um presente.

    Obrigada por este momento flor.

    super beijo e um ótimo fim de semna

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