
A casa está morta? Não: a casa é um fantasma, um fantasma que sonha com a sua porta de pesada aldrava, com os seus intermináveis corredores que saíam a explorar no escuro os mistérios da noite e que as luas, por vezes, enchiam de um divino assombro... Sim! agora a casa está sonhando com o seu pátio de meninos pássaros. A casa escuta... Meu Deus! A casa está louca, ela não sabe que em seu lugar se ergue um monstro de cimento e aço: há sempre uma cidade dentro da outra e esse eterno desentendido entre o Espaço e o Tempo. Casa que teimas em existir – a coitadinha da velha casa! Eu também nunca consegui afugentar meus pássaros.
Mario Quintana
Imagem e poema em revoada de silêncio e assombro.
ResponderExcluirBela composição.
Cris
Cara amiga
ResponderExcluirPassei aqui para visitar seu Blog, tudo o que se publica sobre Quintana nunca é demais, ele o merece. Posto meu comentário neste texto porque no momento ele tem um significado especial para mim. Ontem passei pela casa que era de meus pais e que foi vendida e onde nasci e cresci. Pois ela foi demolida e em seu se ergue hoje um pequeno monstro de cimento e aço. Eu também nunca consegui afugentar meus passaros.
Um abraço e parabens pelo Blog e por favor não deixe de visitar o irmão mais velho: Quintana Eterno.
Adorei seu blog e adorei A casa fantasma!
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